Introdução
Muito se tem falado sobre ensino híbrido nos últimos meses, tudo em decorrência da pandemia que há 2 anos traz preocupação e medo em todo o mundo. Sabemos que com o começo da quarentena a educação teve um pequeno “tempo de pânico” em que pegou todos de surpresa quando percebeu-se que dali em diante, a escola teria que se adaptar e passar a ensinar os alunos de forma totalmente online.
Neste período de pandemia a educação passou a ser de forma remota com aulas síncronas (aulas online por meio de plataforma digital com a participação de alunos e professor) e aulas assíncronas (aulas disponibilizadas através da plataforma digital). Com a possibilidade do retorno das aulas presenciais, instituiu-se o modelo de ensino híbrido, o qual combina o ensino presencial com o ensino remoto. Por isso, o seguinte trabalho tem o objetivo de informar sobre o que é e como é organizado o ensino híbrido.
Ensino Híbrido
Primeiro de tudo temos que ter em mente que o ensino híbrido nada mais é que a junção de ensino-aprendizagem e tecnologias, buscando a adaptação do ensino nos mais variados ambientes e não somente dentro da sala de aula.
O ensino híbrido surgiu nos Estados Unidos e na Europa como forma de resolver o problema da evasão escolar de alunos de cursos à distância, gerada pela sensação de abandono que eles sentiam. E foi por isso que a intenção nos diversos modelos nascentes à época era a de oportunizar aos alunos da EAD maior contato com os docentes, proporcionando-lhes maior motivação e acolhimento, a partir do maior volume de interações presenciais (MACDONALD, 2008).
No modelo de ensino tradicional as formas de aprendizagem podem ser por meio das explicações e auxílio do professor ou pela troca de experiências e ajuda dos colegas, no formato híbrido isso se mantém, mas com a ajuda do ambiente virtual, o que acaba dando mais autonomia para o aluno pesquisar suas dúvidas e aprender mais sobre assuntos que são de seu interesse. O objetivo do ensino híbrido é reunir as coisas boas do ensino tradicional e do modo online em um só ambiente.
O ensino híbrido pode ser dividido em dois modos: o sustentado e o disruptivo. O modo sustentado tem a inclusão de modo mais progressivo mantendo ainda alguns aspectos do ensino tradicional, agregando mudanças aos poucos e fazendo adaptações de acordo com a realidade escolar e dos alunos. Já o modo disruptivo é mais radical, determinando mudanças significativas na estrutura física e pedagógica.
Existem vários modelos de ensino híbrido que variam de acordo com o modo, sendo o sustentado tendo ainda a utilização da sala de aula e o disruptivo totalmente online.
Figura 1 – Modelos de ensino híbrido Fonte: Christensen, Horn e Stake (2013)
Rotação por estações: O professor divide a turma em grupos (estações) onde os alunos recebem atividades designadas pelo professor e pelo menos uma das atividades é feita com internet.
Sala invertida: estimular a pesquisa de assuntos em casa para serem debatidos em sala de aula.
Laboratório rotacional: atividades realizadas na sala de informática. É possível perceber que esses modelos não proporcionam uma grande ruptura no modo de ensino tradicional, então podemos dizer que eles se enquadram no modo sustentado.
Modelo flex: aqui o aluno tem possui uma lista de tarefas passadas pelo professor, onde estas são realizadas de forma online.
À la carte: o professor dita o objetivo e o aluno fica responsável pela organização dos estudos podendo ser de forma online.
Virtual enriquecido: divisão de tempo entre presencial e online, aparecer pelo menos uma vez por semana na escola.
Já esses últimos modelos citados apresentam uma ruptura quase imediata da forma tradicional de ensino tradicional, utilizando uma abordagem quase totalmente online.
Com o ensino híbrido fica de responsabilidade de cada professor identificar e utilizar a técnica que melhor se aplica a cada turma, procurando sempre ter em mente que existem alunos em diversas condições sociais, por isso é comum que se utilize mais de um tipo de método por turma para que todos os alunos possam ter acesso a aprendizagem.
Ensino híbrido no RS
Perante a leitura dos documentos expedidos pelo governo é possível notar a existência de boa intenção em relação ao que será feito com o ensino híbrido, porém não se pode deixar de salientar que muitas coisas ainda soam como “conto de fadas” onde todos se encontram em uma realidade perfeita e sem restrições, o problema é que além de contar com a participação dos alunos em todas as aulas (tanto presenciais quanto online), é preciso uma maior participação dos professores de forma que é importante a inserção de cursos e palestras que ajudem esses profissionais a lidar com todas as situações que possam surgir diante desse cenário.
Atualmente mesmo com um cenário em que muitas pessoas estão sendo vacinadas, ainda existe a incerteza de alguns pais em mandarem seus filhos para a escola, pois mesmo com as precauções básicas sendo tomas a pandemia continua existindo e ao contrário do que muitos pensam a população está em sua boa parte VACINADA e não IMUNIZADA, esse medo faz com que muitos ainda optem pelo ensino online, porém o que é comum ver nessa situação é a enorme quantidade de dúvidas que acabam surgindo para esses alunos, onde alguns com muito esforço conseguem entender o básico, mas o restante fica à deriva por sentir falta de um tempo maior para tirar suas dúvidas ou pelo fato de não entender as explicações que por sua vez deveriam ter se adequado a aula online, onde professores foram jogados com nenhuma ou pouca preparação, sendo largados à deriva juntos de seus alunos por um sistema educacional que deveria dar apoio e não julgar e restringir suas ações.
Para esse sistema dar certo para todos os envolvidos, o governo precisa parar de só escrever histórias para dormir e começar a investir em peso na área da educação, ajudando todas as escolas a atingir esse padrão de ensino ideal e não só usar escolas de regiões mais metropolitanas como bases de sucesso, mas também aquelas mais no interior do estado em cidades pequenas, pois se for para instituir um padrão estadual é de suma importância que todos no estado consigam seguir estes padrões.
Conclusão
Neste trabalho foi realizada uma breve abordagem sobre o ensino híbrido e seus modelos de ensino e a partir do que foi apresentado pode-se concluir que os métodos propostos pelo ensino híbrido são de grande importância para o desenvolvimento da educação e dos alunos, porém é importante ressaltar que essas mudanças devem ser feitas de forma planejada e aos poucos para que nenhum dos envolvidos, tanto alunos quanto professores, saia prejudicado no final.
Referências
BRITO, Jorge Maurício da Silva. A Singularidade Pedagógica do Ensino Híbrido. EAD em foco, 2020. Disponível em: https://eademfoco.cecierj.edu.br/index.php/Revista/article/view/948. acesso em: 29/04/21.
CASTRO, Eder Alonso; COELHO, Vanessa. et al. Ensino Híbrido: Desafio Da Contemporaneidade?. Uni projeção, 2015. Disponível em: http://revista.faculdadeprojecao.edu.br/index.php/Projecao3/article/view/563. Acesso em: 29/04/21.
SCHIEHL, Edson Pedro, GASPARINI, Isabela. Contribuições do Google Sala de Aula para o Ensino Híbrido. Google acadêmico, 2016. Disponível em: https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=ensino+h%C3% ADbrido&oq=ensino+h. Acesso em: 29/04/21.